Procedimento de tornar o velho em algo mais novo não está restrito às celebridades. Nos autos, o face lift sempre teve a ideia de revigorar a vida dos antigos
A harmonização facial está dando o que falar em tudo quanto é lugar. Mas a ideia de ficar mais jovem tão rapidamente não é uma exclusividade do Stênio Garcia, ator famoso por interpretar Bino na regravação da série Carga Pesada, nem do Lucas Lima, ex-jogador do Palmeiras. Na indústria, por exemplo, a harmonização facial também tem o objetivo de rejuvenescer um produto. Porém há quem conteste o modelo de negócio, pois ele atrasa a chegada de futuras gerações e de modelos mais modernos. Os mais puristas ou parte da turma da teoria da conspiração afirmam que é um absurdo o país vender uma geração com cara de nova, mas usando a tecnologia velha. Seria enganar o consumidor? Exemplo, Peugeot 206 brasileiro com carinha de Peugeot 207 europeu, mas num corpinho de 206.
Peugeot 207 fabricado no Brasil
Durante o lançamento do Nissan March, em 2012, uma campanha chamou atenção. Ela trazia um Cara de Batata em forma de carro que se dizia estar cansado de ser sempre o mesmo. Os engenheiros da peça tinham sotaque alemão e um outro sugeria que se só uma peça do brinquedo fosse trocada, tudo ficaria muito bem. Esse anúncio veio logo em seguida da tão falada “Pôneis Malditos”.
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Para a harmonização, um cirurgião faz incisões na linha do cabelo ou atrás das orelhas, permitindo que eles levantem e reposicionem os tecidos faciais subjacentes. O excesso de pele é removido e a pele restante é esticada para criar uma aparência mais jovem. Em alguns casos, a lipoaspiração pode ser usada para remover depósitos de gordura em excesso. As incisões são então fechadas com suturas ou outros métodos. É importante notar que o procedimento se concentra principalmente nos dois terços inferiores do rosto, incluindo as bochechas, papadas e pescoço. Ele não aborda a testa, pálpebras ou áreas ao redor dos olhos.
No Brasil, temos alguns carros recordistas em reestilizações. O próprio Nissan March que nunca mudou desde quando foi lançado só recebeu alguns retoques no visual. Na Europa, ganhou mais uma nova geração, mas o Brasil ficou para atrás. Foram quase 10 anos de vida, apagando as velinhas e ficando com a mesma carinha. Na Fiat, tanto a picape Strada como o furgão de passageiro, Doblò, viveram mais do que podiam. Ficaram com a mesma fuça, praticamente só trocando o bigode, por praticamente 20 anos. A picape pequena teve a primeira geração lançada em 1998 e foi reestilizada cinco vezes e o utilitário de passeio, lançado em 2001, mudou apenas uma única vez.
Fiat Uno lançado em 1983
Outro veículo que persistiu na linha de montagem é o Volkswagen Fox, criado em 2004 com a incumbência de substituir o Gol. Foram 16 anos e três reestilizações, mas sem tirar o modelo de entrada da jogada. Já o modelo mais popular da VW teve a sua terceira geração atualizada por três vezes e ficou 12 anos na prateleira.
Outro recordista de tempo e de bigode esticado é o Fiat Uno, carro que nem o próprio criador, Giorgetto Giugiaro, acreditou que ele fosse durar por tanto tempo. Lançado em 1983, o Uno sempre foi, praticamente o mesmo desde que nasceu. Perdeu o título para o novo Uno, que de Uno original não manteve nada, em 2013.
Por Rodrigo Samy
