No mundo dos esportes, freestyleé uma palavra utilizada para definir um estilo diferente a ser escolhido pelo competidor. Na música, o termo é comumente usado para se referir a um tipo de rap feito na hora, sem ensaio. Para a Ford, porém, freestylenão é significado de improviso: a expressão dá nome à versão mais vendida do EcoSport, que estreou em agosto com modificações no visual, interior, motor e câmbio.
Em relação à configuração topo de linha Titanium, a Freestyle traz itens exclusivos, como grade, retrovisores, maçanetas e rodas de 16 polegadas na cor cinza. A principal estrela, porém, é o novo motor 1.5 de três cilindros da família Dragon, que gera 137 cv de potência e 16,1 kgfm de torque com etanol. Para efeito de comparação, o motor 1.6 Sigma com duplo comando variável que equipava o antigo EcoSport produz até 131 cv e 16,1 kgfm.
O 1.5 traz tecnologias para melhorar a eficiência, vibrações e nível de ruídos característicos dos três cilindros, como árvore balanceadora com mancais hidrodinâmicos, correia dentada imersa em óleo, duplo comando de válvulas com variador de fase independente e virabrequim deslocado da linha de centro. As soluções cumprem o objetivo de não transmitir vibrações em excesso à cabine.
O câmbio automatizado de dupla embreagem Powershift foi substituído por um automático convencional com conversor de torque e seis marchas. A nova caixa tem óleo projetado para durar toda a vida útil do veículo, sem necessidade de troca.
Na pista
Apesar do torque idêntico com etanol, o novo três cilindros entrega maior força em baixas rotações quando comparado ao antigo 1.6, o que garante mais agilidade em uso urbano. Na prova de 0 a 100 km/h, o EcoSport 1.5 registrou 11s7 (o Freestyle 1.6 com câmbio Powershift fez a mesma prova em 11s4).
Nos ensaios de retomada, a versão 1.5 também ficou ligeiramente para trás. As passagens de 40-100/60-120/80-120 km/h foram feitas, respectivamente, em 9s4/13s3/9s4. O modelo anterior cumpriu as mesmas provas em 8s4/11s8/9s3.
A concepção mais moderna do novo 1.5, porém, garantiu melhores médias de consumo com etanol. Registrou 7,2 km/l na cidade e 11,5 km/l na estrada (o antigo motor fez 6,8 km/l e 10,7 km/l nos mesmos regimes).
Qualidade percebida
Se por fora as mudanças foram discretas, o mesmo não pode ser dito do interior. A Ford trabalhou para aumentar a sensação de qualidade percebida. Um exemplo disso é o revestimento do painel, que agora tem superfície macia ao toque. Os botões de comando do ar-condicionado e de acionamento dos faróis também são de material emborrachado, de melhor qualidade. O volante agora tem acabamento integral em couro – no modelo anterior, apenas as laterais eram revestidas.
Os novos bancos dianteiros têm mais apoio para as coxas e, nesta versão, trazem revestimento que mescla tecido e couro. Os traseiros tiveram o sistema de rebatimento revisto. Junto a uma nova bandeja com três níveis de ajustes no porta-malas, é possível formar uma superfície plana em toda a cabine para transportar objetos volumosos.
Uma das características que chama a atenção ao dirigir o EcoSport 2018 é o silêncio a bordo. A 80 km/h, nosso decibelímetro registrou 60,6 decibéis de ruído na cabine – redução de 3,3 dB em relação à antiga versão. Essa melhora pode ser atribuída a mudanças como aperfeiçoamento do coeficiente aerodinâmico e para-brisa acústico, entre outras.
Mais equipado
O EcoSport 2018 possui três opções de acabamento e, em novembro, ganhou o primeiro aumento de preços. A configuração SE, que partia de R$ 73.990, agora custa R$ 76.990. A Freestyle, por sua vez, foi de R$ 81.490 para R$ 82.490. Ambas vêm com o novo motor 1.5 e câmbio manual de cinco marchas. A caixa automática pode ser adquirida em ambas por R$ 6 mil extras (aumento de R$ 1 mil em relação ao lançamento, em agosto). Equipada com motor 2.0 de 175 cv e câmbio automático, a topo de linha Titanium teve o preço elevado de R$ 93.990 para R$ 95.890.
Com a reestilização, o SUV compacto da Ford passará a ser vendido em mais de 140 países. Essa é uma estratégia que possibilitou a oferta de mais equipamentos, uma vez que os custos de desenvolvimento e produção acabam divididos entre as filiais da empresa pelo mundo.
Desde a versão básica SE manual, o EcoSport traz de série um elogiável pacote de itens de segurança, formado por sete airbags, sistema anticapotagem, controles de estabilidade e tração, assistente de partida em rampas, sistema de monitoramento da pressão dos pneus e engates Isofix para bancos infantis.
Completam a lista de itens de série a central multimídia SYNC 3 com tela sensível ao toque (de 6 polegadas no SE e 8 nas versões Freestyle e Titanium), volante em couro com comandos de som, sensor de estacionamento traseiro e grade frontal com controle ativo.
> Confira os números de teste do Ford EcoSport Freestyle:
*Texto publicado originalmente na edição 286 (agosto/2017) da revista CARRO. Preços das versões foram atualizados em relação à data de publicação no site.